Construção de uma intervenção educacional em enfermagem promotora da adaptação dos sobreviventes de cancro: grupo focal
DOI:
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.744Palavras-chave:
Enfermagem, neoplasias, sobrevivência, adaptação psicológica, educação em saúdeResumo
Introdução: A fase de sobrevivência ao cancro é marcada por sentimentos de ambiguidade e incerteza, isto é, apesar de emergir a satisfação por estar vivo, ao mesmo tempo, o medo da recidiva pode impedir a prossecução de uma trajetória de vida saudável. Não obstante, os sentimentos de abandono e insegurança surgem muitas vezes, como consequência da interrupção dos tratamentos e, sobretudo, da cessação do contacto regular com os profissionais de saúde. Estes sentimentos podem interferir com a capacidade do sobrevivente para desenvolver estratégias eficazes para lidar com os problemas que surgem no dia-a-dia, que são potencialmente geradores de ansiedade, podendo dificultar todo o processo de adaptação do sobrevivente de cancro à sua nova condição. Objetivos: Este estudo pretende explorar os elementos-chave a serem considerados no desenvolvimento intervenção educacional em enfermagem para promover a adaptação dos sobreviventes de cancro. Material e Métodos: Foi desenhado um estudo exploratório qualitativo, com recurso a uma técnica de grupo focal. Esta técnica permitiu conhecer e analisar as opiniões dos peritos sobre o conteúdo, os critérios de inclusão dos participantes e a operacionalização da intervenção educacional de enfermagem em desenvolvimento. Os peritos eram detentores do título de enfermeiro especialista e preenchiam um conjunto de critérios de inclusão. A recolha dos dados ocorreu numa sessão única de 180 minutos. Resultados: A intervenção educacional deve considerar como conteúdos essenciais o conhecimento sobre a doença, a autogestão dos sintomas, o autocontrolo das emoções, o conhecimento sobre estratégias de coping e, ainda, deve promover o envolvimento dos familiares. Estratégias do tipo educacional devem ser articuladas com estratégias motivacionais e relacionais, de forma a potenciar os resultados. É fulcral que os sobreviventes estejam implicados no processo de aprendizagem. Conclusões: Este estudo é o primeiro passo para o desenvolvimento de um programa de intervenção centrado na adaptação dos sobreviventes de cancro e deixa sugestões sobre a forma e o modo como as intervenções de enfermagem devem ser utilizadas no sentido de potenciar a capacidade dos sobreviventes a lidar com os problemas que ocorrem ao longo da fase de sobrevivência e de minimizar os danos que a ansiedade pode provocar neste contexto.
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