Tuberculose latente e IGRA – Estudo observacional focado em profissionais de uma Unidade Local de Saúde da região de Lisboa
DOI:
https://doi.org/10.51126/2thvpm28Palavras-chave:
Tuberculose latente, Profissionais de Saúde, Rastreio, Saúde OcupacionalResumo
Introdução: Os profissionais que exercem funções em unidades de saúde são um grupo de risco de exposição a infeção por Mycobacterium tuberculosis e, consequentemente, de desenvolver tuberculose (TB), quer na forma latente, quer na forma ativa (Matos et al., 2022). A identificação de casos de TB latente (TBL), e eventual implementação de terapêutica profilática, possibilita a redução de eventuais reservatórios do agente infecioso neste grupo de profissionais, limitando potenciais focos de doença e transmissão no futuro (DGS, 2014; Field, 2001). Objetivos: Caracterizar a prevalência de TBL em profissionais de uma Unidade Local de Saúde (ULS) da região de Lisboa de forma a auxiliar no desenvolvimento de estratégias de saúde pública que visem a identificação, eliminação e de prevenção de casos de TBL nesta unidade. Metodologia: Estudo observacional transversal realizado entre setembro 2024 e março 2025, tendo sido recolhidos dados sociodemográficos de profissionais de uma ULS da região de Lisboa, a quem foi solicitado o rastreio de TBL. Apenas profissionais das unidades hospitalares da ULS (independente do serviço) foram convidados a participar. Foi utilizada estatística descritiva para caracterizar os participantes e regressão logística para identificar fatores que pudessem influenciar a ocorrência de resultados IGRA (Interferon-Gamma Release Assay) positivos. p-value <0.05 foi considerado estatisticamente significativo. Estudo realizado após aprovação da comissão de ética da ULS e todos os participantes deram o seu consentimento informado para tratamento de dados. Resultados: Foram incluídos na análise 544 profissionais, sendo a maioria do sexo feminino (n=430, 79%), com idades compreendidas entre 18-30 anos (n=181, 33.3%), e uma média de idades de 39 anos (min=19; máx=67; desvio padrão=12.4 anos). Dos 544 profissionais, 4.6% (n=25) apresentaram um resultado de IGRA positivo. A idade apresentou uma associação significativa com o resultado do IGRA, em que a cada aumento de um ano na idade, a probabilidade de IGRA positivo aumentou 5,7% (OR 1,057; IC95%: 1,023– 1,092; p=0,001). Não se verificou associação estatisticamente significativa entre o sexo e os resultados do teste IGRA. Conclusões: O rastreio de TBL identificou 25 profissionais com suspeita de TB latente, tendo estes profissionais sido encaminhados para tratamento profilático. A deteção de casos de TBL entre os participantes evidencia a necessidade de medidas de vigilância, com a TB a continuar a ser um risco para os profissionais de saúde em Portugal. Estudos como este poderão contribuir para a eventual implementação de estratégias que permitam reforçar medidas de proteção e prevenção dos profissionais assim como de identificar precocemente aqueles que poderão beneficiar de tratamento profilático.
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