Estudo da Função Respiratória: estamos a interpretar bem os resultados?
DOI:
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.691Palavras-chave:
Interpretação da PFR, prova de função respiratória, GLIResumo
Introdução: As orientações publicadas pelas sociedades científicas pretendem atualizar, uniformizar e minimizar os erros na realização e interpretação da Prova de Função Respiratória (PFR). Recentemente foram publicadas novas orientações para a interpretação da PFR (Stanojevic et al., 2021), da responsabilidade conjunta da European Respiratory Society e da American Thoracic Society (ERS/ATS, 2021). Por serem sociedades científicas amplamente reconhecidas na área respiratória assiste-se normalmente à sua aplicação imediata nos Laboratórios de Função Respiratória. Estas novas orientações introduzem mudanças substantivas na avaliação e interpretação dos resultados da PFR (Li et al., 2022; Neder, 2022). Objetivos: Analisar e discutir as orientações para a interpretação da PFR no que respeita a: i) valores de referência, ii) classificação da alteração ventilatória e da sua severidade e iii) avaliação da resposta ao broncodilatador. Material e Métodos: Realizou-se uma análise crítica das orientações ERS/ATS. Realizou-se ainda uma revisão da literatura sobre a sua aplicação, pesquisando artigos publicados desde 2021 e utilizando as seguintes palavras-chave: GLI lung, PFT’s reference values, PFT’s interpretation, bronchodilator response. Resultados: Identificaram-se aspetos pouco claros no texto das orientações e propostas com fundamentação que se considerou insuficiente. Da revisão da literatura resultou um conjunto de questões das quais se destaca: i) valorização da raça nos valores de referência versus GLI-Global; ii) amplitude dos limites de normalidade dos valores de referência GLI; iii) dificuldades na avaliação da resposta positiva ao broncodilatador; iv) parâmetros que não contribuem para a identificação correta das alterações ventilatórias. Estes coincidem com alguns dos problemas identificados na análise crítica que se realizou. Conclusões: Algumas propostas das orientações ERS/ATS, 2021 podem ter uma influência negativa na avaliação do indivíduo com patologia respiratória. A sua aplicação deve ser ponderada e acompanhada por estudos populacionais baseados em PFR’s de elevada qualidade e com valorização do contexto clínico.
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