Avaliação da Fiabilidade dos Testes Rápidos na Triagem de Dadores de Sangue Autor
DOI:
https://doi.org/10.51126/zw2qy557Palavras-chave:
Hemoglobina, POCT, dadores de sangue, triagem, validação laboratorialResumo
Introdução: A determinação dos níveis de hemoglobina (Hb) é essencial na triagem de dadores de sangue, assegurando a segurança do dador e a qualidade da dádiva. O recurso a dispositivos de Point of Care Testing (POCT) no local de atendimento tem-se generalizado pela sua rapidez e simplicidade. Contudo, persistem dúvidas quanto à sua precisão, sobretudo em dadores com valores próximos dos limiares mínimos de elegibilidade (Chaudhary et al., 2017; Grech & Zammit, 2021). Objetivos: Avaliar a concordância entre os valores de Hb obtidos por POCT (DiaSpect TM EKF) e por hemograma em aparelho automatizado (BC-6000, Mindray), analisando a frequência e relevância clínica de eventuais discrepâncias. Metodologia: Estudo observacional transversal, reportado segundo a diretriz STROBE, realizado entre dezembro de 2024 e abril de 2025, na Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho, Portugal. Foram incluídos 1.014 dadores submetidos a medição de Hb por POCT (amostra capilar) e hemograma (amostra venosa). Avaliaram-se a diferença média entre métodos, o desvio padrão, a correlação de Pearson (r) e a proporção de “falsos aptos” – dadores considerados elegíveis pelo POCT, mas inaptos segundo o hemograma. Efetuaram-se subanálises por sexo, idade e faixas de Hb. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: A correlação entre métodos foi significativa (r = 0,84; p < 0,001). Verificou-se uma sobrestimação média de +0,53 g/dL (DP = 0,72) nos valores obtidos por POCT. Em 75,5% dos casos, o POCT apresentou valores superiores ao hemograma. Identificaram- se 19 casos (1,9%) de “falsos aptos”, maioritariamente mulheres (79%), com discrepância média de +1,13 g/dL. As diferenças foram mais evidentes em dadores com Hb entre 13,5–16,4 g/dL e nos grupos etários extremos. Conclusão: Apesar da correlação elevada, os resultados evidenciam limitações do POCT na triagem de dadores com valores próximos dos limiares mínimos de elegibilidade. Recomenda-se a confirmação laboratorial nestes casos e a validação contínua dos dispositivos.
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