Cuidados de enfermagem ao doente com doença hepatobiliopancreática avançada: resultados de um estudo retrospetivo
DOI:
https://doi.org/10.51126/246yv864Palavras-chave:
cancro hepatobiliopancreático; cuidados de enfermagem; cuidados paliativosResumo
Introdução: Entre os cancros mais agressivos e com maior impacto na qualidade de vida e sobrevida destacam-se as neoplasias hepatobiliopancreáticas. Em Portugal pouco se sabe sobre a trajetória destes doentes e dos cuidados que lhe são prestados, apesar de apresentarem múltiplas necessidades e sintomas complexos. Objetivos: Descrever os cuidados de enfermagem (diagnósticos/intervenções de enfermagem) prestados à pessoa com doença hepatobiliopancreática avançada, no hospital. Material e métodos: Estudo descritivo, retrospetivo. Incluíram-se doentes falecidos entre janeiro/2017–março/2023, num serviço de cirurgia de um hospital central em Portugal, com idade≥18 anos e com diagnóstico de neoplasia hepatobiliopancreática avançada. Os dados foram recolhidos num formulário elaborado pelos investigadores. O estudo obteve parecer favorável por comissão de ética. Resultados: Dos 177 doentes falecidos, 103 cumpriam os critérios de elegibilidade (63,1% homens; X(idade)=72,1 anos (dp=12,1 anos), [mín:38anos; máx:94 anos]). A maioria (82.5%) foram admitidos via urgência e faleceram, em média, após 18 dias internados. Destes, 57,3% foram referenciados para cuidados paliativos (60% no dia em que faleceu e 16,9% não foram observados). Observaram-se diagnósticos de enfermagem nas dimensões física (n=44diagnósticos), sociocultural (n=4diagnósticos) e psicoespiritual (n=1diagnóstico). Os sinais/sintomas mais registados foram dor (67%), edema (36,9%), febre (32%), desorientação (21,4%) e agitação (14,6%). Os diagnósticos/intervenções de enfermagem mais enunciados inserem-se no domínio do autocuidado. Conclusões: Foi documentada uma conceção de cuidados centrada no domínio corporal e intervenções interdependentes, que não ilustram a complexidade destes doentes e dos cuidados de enfermagem que necessitam. A formação em cuidados paliativos, registos mais acurados e mudança de paradigma organizacional são fundamentais.
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