Barreiras no acesso aos cuidados de saúde mental percecionadas pelo utente

Autores

  • Júlia Marques Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal; CINTESIS@RISE—Center for Health Technology and Services Research, Porto, Portugal.
  • Isilda Ribeiro Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal; CINTESIS@RISE—Center for Health Technology and Services Research, Porto, Portugal.
  • José Carlos Carvalho Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal; CINTESIS@RISE—Center for Health Technology and Services Research, Porto, Portugal.
  • Graça Pimenta Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal; CINTESIS@RISE—Center for Health Technology and Services Research, Porto, Portugal.
  • Rui Alferes Centro Hospitalar Universitário de Santo António, E. P. E., Porto, Portugal.
  • Luísa Alferes Centro Hospitalar Universitário de Santo António, E. P. E., Porto, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.557

Palavras-chave:

Comportamento de procura de cuidados de saúde, saúde mental, estigma social, discriminação percebida, barreiras ao acesso aos cuidados de saúde

Resumo

Introdução: A doença mental por vezes é marcada por estereótipos que rotulam os utentes, desacreditando-os, reduzindo-os a formas negativas que condicionam a sua integração no contexto onde vivem. É habitual vermos associado a estes utentes a ideia de inutilidade, incompetência e periculosidade, sendo os mesmos caracterizados como violentos. Estes são alguns exemplos de estigma, que surge pela falta de conhecimento e também por atitudes e crenças negativas em relação à doença mental, levando consequentemente à discriminação, ausência de procura de cuidados, pior funcionamento e qualidade de vida. Objetivos: Entendemos desenvolver um estudo exploratório com o propósito de identificar autoestigma no utente e as barreiras ao acesso aos cuidados de saúde mental percecionadas por ele. Material e Métodos: O desenho do estudo centrou-se na abordagem qualitativa, realizando-se entrevistas semi-estruturadas a uma amostra de conveniência de 15 utentes de uma consulta externa de um hospital psiquiátrico. Foram respeitados todos os princípios éticos inerentes ao desenvolvimento da investigação. Recorremos à análise de conteúdo indutiva com base na Grounded Theory. Resultados: Os participantes caracterizaram-se por 80,28% de homens com uma média de idade de 36 anos, e tempo de evolução de doença de 13 anos. Da análise emergiram: A consciência da doença e as repercussões sociais: que evidenciam uma tendência acrescida de isolamento social; A descrença e desesperança no futuro: que traduzem comprometimento na autoestima e autoeficácia; Preocupações com a divulgação da doença mental: que transpõem o receio de ser marginalizados pelos amigos e/ou no trabalho pela presença de estigma associado; As experiências anteriores e a procura de ajuda: referem-se a situações de crise e recaída que marcaram a visão da “doença”, condicionando a procura de ajuda atempada. Conclusão: Podemos afirmar que identificamos uma ampla visão de barreiras associadas á doença mental das quais salientamos a discriminação, os estereótipos e as preocupações com a divulgação. Isso demonstra a importância do estigma como um fator que limita o acesso aos cuidados de saúde mental pela presença de sentimentos de vergonha, crença de que a ajuda não esta disponível, é ineficaz ou de difícil acesso, cabendo à enfermagem integrar na sua prática reflexiva esta temática.

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Publicado

2023-07-05

Como Citar

Barreiras no acesso aos cuidados de saúde mental percecionadas pelo utente. (2023). RevSALUS - Revista Científica Internacional Da Rede Académica Das Ciências Da Saúde Da Lusofonia, 5(Sup), 43-44. https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.557

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