Indicadores de qualidade num centro de hemodiálise em Luanda: onde chegámos e para onde devemos caminhar

Autores

  • Susana Pinto Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde, Porto, Portugal
  • João Soma Centro de Hemodiálise Sol, Luanda, Angola
  • Vanda Teixeira Centro de Hemodiálise Sol, Luanda, Angola
  • Mbala Mayala Centro de Hemodiálise, Clínica Multiperfil, Luanda, Angola
  • Paulo Alves Universidade Católica Portuguesa/Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde, Instituto Ciências da Saúde, Porto, Portugal
  • Helena José Escola Superior de Saúde Atlântica, Oeiras; The Health Sciences Research Unit: Nursing (UICISA:E), Nursing School of Coimbra (ESEnfC), Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.679

Palavras-chave:

Hemodiálise, indicadores de qualidade, qualidade de vida, África

Resumo

Introdução: A hemodiálise em doentes renais crónicos representa a sobrevivência e nesse sentido, existe a preocupação das equipas multidisciplinares com a qualidade de vida destas pessoas e com os indicadores de qualidade. Este centro de hemodiálise com capacidade instalada para 414 doentes olha estes indicadores na perspetiva da melhoria dos seus serviços. Existe uma multiplicidade de indicadores em diálise, pelo que se usaram os mais consensuais: valor-alvo de hemoglobina, doença mineral óssea, dose de diálise, acessos vasculares definitivos e infeções (Niihata et al., 2018). Objetivos: Monitorizar indicadores de qualidade ao longo do 1º semestre de 2023: valor alvo de hemoglobina, cálcio, fósforo e PTHi; dose de diálise adequada; acessos vasculares definitivos e infeções. Material e Métodos: Estudo observacional, longitudinal e retrospetivo de janeiro a junho de 2023, realizado num centro de hemodiálise ambulatorial de Luanda. A população são os doentes crónicos em hemodiálise. Garantiram-se os princípios éticos da confidencialidade da informação, sem prejuízo para nenhum participante. Resultados: Foram atendidos uma média mensal de 415 doentes, com idade entre os 18 e 79 anos, predominando o género feminino. 88.5% têm como etiologia nefropatia hipertensiva. Observa-se consistência dos valores ao longo do semestre. 62% apresentam hemoglobina no intervalo-alvo, entre 10 e 13 g/dL, com média semestral de 11.6 g/dL. Na avaliação da doença mineral óssea, 49.7% tem cálcio sérico entre 8-10.4mg/dL, 45.4% fósforo entre 3.5 e 5.5 mg/dL e 45.4% PTHi entre 150 e 600 pg/mL. 95.6% tem dose de diálise adequada com valor de Kt/V semestral médio de 1.51 (1.46-1.55), tendo-se verificado melhores resultados nos meses de fevereiro, março e junho com valor superior a 96%. A percentagem de acesso vascular definitivo aumentou mensalmente, sendo a média de 82.6%. Dos 152 episódios de infeções identificados, 34 foram relacionadas com os acessos vasculares (33.6%). Globalmente, a taxa de infeção dos acessos vasculares foi de 1.32%. Conclusões: Os indicadores de qualidade avaliados neste centro são satisfatórios à luz da evidência atual e ao contexto social e de saúde do país. Os dados relativos à doença mineral óssea são menos satisfatórios com uma percentagem significativa de doentes com PTHi elevadas embora medicados.

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Publicado

2024-01-15

Como Citar

Indicadores de qualidade num centro de hemodiálise em Luanda: onde chegámos e para onde devemos caminhar. (2024). RevSALUS - Revista Científica Internacional Da Rede Académica Das Ciências Da Saúde Da Lusofonia, 5(Supii), 24-25. https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.679

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