Seropositividade de Encephalitozoon cuniculi, um agente zoonótico, em coelhos (Oryctolagus cuniculi) de companhia
DOI:
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.773Palavras-chave:
Encefalitozoonse, zoonose, imunossupressão, coelhos de companhiaResumo
Introdução: Encephalitozoon cuniculi é um microsporídio, parasita intracelular obrigatório que apresenta uma distribuição mundial. O seu hospedeiro principal é o coelho doméstico (Oryctolagus cuniculi), podendo, contudo, infetar outras espécies, incluindo o homem (Didier et al., 2006). Em coelhos, a infeção pode ser subclínica ou causar encefalitozoonose. Num quadro de doença, o animal pode apresentar, de forma isolada ou de forma conjunta, sinais clínicos neurológicos, urinários ou oculares (Kunzel et al., 2008). No homem é frequente ocorrer uma a infeção oportunista em pacientes com patologias imunossupressoras (Didier et al. 2005). O aumento do risco de infeção por E. cuniculi em pacientes imunocomprometidos foi recentemente considerado (Kicia et al., 2019). Objetivo: Este estudo teve como objetivo determinar a taxa de seropositividade de E. cuniculi em coelhos de companhia na região Hauts-de-France, em França. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo, entre 2020 e 2022, em coelhos de estimação (n=238; n2020=66; n2021=94; n2022=78) recebidos em consulta veterinária na “Clinique du Caducée” em França, e submetidos a um teste serológico para deteção de anticorpos anti-E. cuniculi por imunofluorescência indireta. Resultados: Os dados obtidos permitiram observar uma taxa de seropositividade global de 70% (77,3% em 2020, 69,2% em 2021 e 64,1% em 2022) entre os animais testados. Por outro lado, a análise estatística revelou associações significativas (p<0,05) entre a deteção de anticorpos anti-E. cuniculi e a presença de head tilt, de nistagmo e, de uma forma geral, de síndrome vestibular. Por último, verificou-se que a seropositividade tinha uma associação estatística significativa com a raça anã, com os animais com idade igual ou superior a três anos, com os níveis elevados de ureia e de creatinina, e também com a origem dos animais adquiridos em lojas de animais. Conclusões: O diagnóstico precoce e a sensibilização dos tutores são dois eixos da luta contra a propagação de E. cuniculi, permitindo prevenir a transmissão a animais sãos mas também, e sobretudo, uma eventual transmissão ao homem.
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