Internet Severity and Activities Questionnaire (ISAAQ): tradução e adaptação para Português Europeu
DOI:
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.627Palavras-chave:
Internet, adições comportamentais, dependência, ISAAQ, redes sociaisResumo
Introdução: A internet, ao potenciar comportamentos que se podem configurar como adições comportamentais, pode ter efeitos particularmente negativos em grupos vulneráveis que importa compreender melhor (Fineberg et al., 2018; Dores et al., 2021). Por se tratar de uma área recente, o reduzido número de instrumentos padronizados disponíveis para o seu estudo tem sido uma limitação, designadamente em Portugal. Objetivos: Este trabalho tem como objetivo traduzir, adaptar para Português Europeu o Internet Severity and Activities Questionnaire (ISAAQ; Ioannidis et al., 2023; Omrawo et al., 2023) e estudar as propriedades psicométricas da nova versão. Métodos: Participaram neste estudo 590 estudantes do Ensino Superior (ES), sendo 502 do género feminino (85.1%). Responderam a um inquérito online, constituído por questões sociodemográficas, e pelos instrumentos ISAAQ, Internet Addiction Test (IAT), Bergen Social Media Addiction Scale (BSMAS) e Internet Gaming Disorder Scale –Short-Form (IGDS9-SF). Procedeu-se à tradução, retroversão e adaptação do instrumento original, parte A – Escala de Severidade e Parte B – Escala de Atividades Online. Foi analisada a consistência interna, a fiabilidade teste-reteste, efetuada a análise fatorial exploratória (AFE), e calculadas a validade convergente e a validade de critério. Foi efetuada a correlação entre as características sociodemográficas e o ISAAQ, e uma análise de frequências da secção B do instrumento. Resultados: A consistência interna revlou-se quase excelente (α = .892). A validade convergente do ISAAQ foi estabelecida através de uma correlação alta com o IAT e a validade do critério foi estabelecida através de uma correlação moderada com o número de horas diárias despendidas nas redes sociais. Os participantes do género feminino e os participantes com doença mental obtiveram pontuações mais altas na secção A do ISAAQ. O mesmo sucedeu com os utilizadores das redes sociais Instagram, Twitter e TikTok. Foi estabelecida uma correlação significativa positiva baixa entre as pontuações do BSMAS e do IGDS-9. Conclusão: O instrumento apresentou boas propriedades psicométricas, revelando-se um instrumento válido e fiável para o contexto português. Em trabalhos futuros espera-se a tradução deste instrumento para outros países da Lusofonia.
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