Representações sociais dos enfermeiros sobre saúde sexual dos homens: resultados preliminares com recurso ao IRaMuTeQ
DOI:
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.681Palavras-chave:
Saúde sexual, homens, representações sociais, enfermeiros, acesso aos serviços de saúdeResumo
Introdução: As representações sociais sobre o que é saúde sexual são produzidas, transformadas e reconfiguradas quotidianamente pela ação dos indivíduos, pelas suas experiências nas relações com os outros, e pelas interações sociais em diversos contextos mediados por normas e papéis sociais (Moscovici, 1984; Herzlich, 1992; Jodelet, 1989). Os universos simbólicos dos enfermeiros traduzem-se em mapas de significação e idealização normativa, que estruturam as suas práticas e influenciam o acesso dos homens aos cuidados de saúde sexual. Objetivo: Analisar as representações sociais dos enfermeiros sobre saúde sexual dos homens considerando as possibilidades e os constrangimentos destes no acesso aos cuidados de saúde através da utilização do IRaMuTeQ. Material e Métodos: Estudo qualitativo e descritivo com a realização de um Focus Group online (Morgan, 2019). Na procura de heterogeneidade no grupo de participantes, foram convidados 5 enfermeiras e 4 enfermeiros portugueses com diferentes tempos de exercício profissional nos cuidados de saúde primários e diferentes tipos de serviços dos cuidados de saúde diferenciados. A entrevista de grupo foi transcrita e preparada em corpus textual para a análise lexicográfica, com recurso ao IRaMuTeQ - Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires, um software gratuito, com fonte aberta para análise de dados textuais (Camargo & Justo, 2013; 2018). Foi solicitado parecer ao Conselho de Ética da ESEL e foi obtido o consentimento informado de todos os participantes. Resultados: Análise de 269 segmentos de texto, retendo 84,86% do total para 4 classes: interações entre os profissionais e os homens, itinerários terapêuticos, “falar” sobre saúde sexual e acesso dos homens aos cuidados de saúde sexual. A análise de similitude originou 3 núcleos centrais: problema, dizer e doente. Conclusões: Possibilitar o acesso dos homens aos cuidados de saúde sexual, requer o planeamento e a realização de formação dos profissionais em saúde sexual em geral e sobre os homens em particular. Requer, ainda, uma abordagem positiva da saúde sexual e uma convergência de esforços das políticas de saúde, das instituições formativas, dos investigadores, dos profissionais de saúde e das comunidades em geral para desmistificar crenças e estereótipos sobre a sexualidade, a masculinidade e clarificar a inclusão dos homens como sujeitos de cuidados.
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