Proposta de protocolo de treino neuromuscular instável para uma utente com esclerose múltipla: estudo de caso

Resumo

Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune do sistema nervoso central, caracterizada por desmielinização e perda axonal, que resultam frequentemente em comprometimentos motores e sensitivos, associados a défices de equilíbrio e quedas. O treino neuromuscular constitui uma estratégia terapêutica que pode melhorar a coordenação e o equilíbrio, reduzindo o risco de quedas nestes utentes. Este estudo objetivou descrever a proposta de um protocolo de intervenção com ênfase no treino neuromuscular instável para o equilíbrio estático e dinâmico numa utente com EM. Material e Métodos: Estudo de caso de uma mulher de 58 anos, com EM primária progressiva, com dificuldades em manter-se na posição ortostática por períodos prolongados, em realizar agachamentos e em caminhar mais de 1 km, devido a alterações do controlo motor e da estabilidade postural. Foi inicialmente avaliada com a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), a 12-Item MS Walking Scale (12-MSWS), o Hauser Ambulation Index e a Modified Fatigue Impact Scale (MFIS). Foi submetida a regime de ambulatório durante cinco semanas, com sessões de fisioterapia duas vezes por semana, com duração de uma hora cada, e reavaliação final. Resultados: Observou-se um aumento de 3 pontos na EEB, de 11 pontos na 12-MSWS, de 1 nível no Hauser Ambulation Index e de 19 pontos na MFIS. Conclusão: Os resultados sugerem que o treino neuromuscular instável pode ser eficaz na melhoria do equilíbrio e mobilidade em pessoas com EM. Contudo, são necessários estudos com amostras maiores e follow-ups a longo prazo.